‘Viagra caipira’ descoberto no Brasil recebe patente no Japão

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Pimenta-de-java possui substância que facilita a ereção Foto: Divulgação / Márcio Luís Andrade

A Universidade de Franca (Unifran), no interior de São Paulo, anunciou nesta quarta-feira que recebeu do Japão a concessão da segunda patente de uma molécula natural capaz de combater a impotência sexual. A molécula (-)-cubebina (menos cubebina) foi isolada por uma equipe de cientistas liderada pelo professor Márcio Luís Andrade e Silva. A substância foi encontrada em uma pimenta indiana, a Piper cubeba, e patenteada em junho do ano passado, no Brasil, para ajudar no desenvolvimento de um “viagra caipira”.

O estudo sobre disfunção erétil começou em 2009. Na Índia e em outros países da Ásia, a pimenta-de-java (Piper cubeba) é uma planta aromática usada como condimento. A (-)-cubebina (menos cubebina) age bloqueando a substância PDE5, conhecida como fósforo-diestarase 5. Ao fazer isso, a droga aumenta ou provoca a ereção, já que a PDE5 causa a degradação de outra substância que, por meio do metabolismo, permite o enchimento de sangue no corpo cavernoso do pênis.

No fim do ano passado, a Universidade de Franca já havia recebido a patente do United States Patent and Trademark Office (USPTO), órgão americano que concede o direito exclusivo de explorar comercialmente uma invenção ou descoberta.

- Ficamos muito contente com esse deferimento, pois vem ressaltar ainda mais o poderio da nossa molécula contra a disfunção erétil no meio internacional. Agora, somos referência também no Japão – afirma Márcio Andrade.

Segundo os pesquisadores da Unifran, o “viagra caipira”, como foi apelidado, tem efeito 50% superior ao dos medicamentos comercializados atualmente, além de não apresentar os efeitos colaterais vistos nesses remédios.

A próxima etapa, de acordo com os pesquisadores, é apresentar os resultados às empresas farmacêuticas para viabilizar a futura comercialização desse medicamento inédito. Fechando o acordo, a molécula passará para o desenvolvimento de formulação e, na sequência, serão realizados os ensaios pré-clínicos e clínicos.

Além do professor Márcio Andrade, a equipe de estudo é formada pelos pesquisadores Jairo Bastos, Wilson Cunha, Eduardo Nassar, Katia Ciuffi, Paulo Calefi, Rosângela Silva, Ademar Filho, Sérgio Albuquerque e Rodrigo Lucarini.

Fonte: Extra